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A vida que eu mereço.

Se pudesse perguntar para o Gustavo de 13 anos atrás, no auge dos meus 18 anos e cheio de incertezas, qual a vida que ele merecia viver, acredito que ele sequer seria capaz de compreender o porquê desse questionamento.


A distância interna que existe entre a consciência do “eu não mereço passar por isso” e do “eu sou merecedora disso” pode determinar todo o caminho de uma vida. Ainda assim, quantas são as pessoas de coragem que você conhece que de fato se comprometem a viver e usufruir daquilo que merecem?


Te convido a refletir, mesmo que só por um instante: qual foi a última vez que você pensou "eu não mereço passar por isso” ou “o que eu fiz para merecer isso?”. Agora, tente se lembrar qual foi a última vez que você pensou consigo mesma “eu mereço isso”, sem que fosse de uma forma negativa?


Difícil?


Faça o teste por aí! Observe se é mais fácil para você responder rapidamente quais situações que você vive hoje, mas não merece, do que afirmar, com segurança e confiança, quais coisas que você é merecedora de ter e viver hoje na sua vida, se permitindo sentir orgulho e satisfação plena do que tem ou vive.


Isso não é por acaso.


A mais de 2000 anos compartilhamos ensinamentos, crenças e valores passados por gerações anteriores, gerações essas que passaram por muita escassez e oportunidades limitadas, quando comparadas aos dias atuais.


No inconsciente social, ao qual todos estamos submetidos, ainda existem impulsos que nos impelem a se contentar com o pouco ou insuficiente, fazendo com que a maioria das pessoas suprima seus sonhos e desejos por migalhas de conforto, estabilidade e segurança.


“Ingratos!”, bradariam nossos antepassados se nos vissem buscando cada vez mais.


Inclusive, constantemente me pego pensando: “o que será que determina o que é “suficiente”?”


Mas isso é assunto para outro dia.


Uma das heranças mais fortes que temos, e que molda boa parte do inconsciente social, é a religiosa. Religiões ditam costumes, valores e crenças das comunidades que as adotam, e aqui no Brasil você bem sabe qual nos foi imposta pelos portugueses a 500 anos atrás.


Essa, que teve como guia um homem que tanto nos ensina sobre humildade e gratidão, ao longo de egos foi sendo deturpada e utilizada para manter cada coisa em seu lugar, ensinando a nos contentarmos com o mínimo necessário e renegar todo e qualquer luxo ou excesso que pode nos

levar ao pecado.


Nos ensinam que para sermos merecedores do reino dos céus temos que sofrer, pois somos eternos pecadores, errando a cada passo dado. Mentira.


Nos ensinam que para encontrarmos a vida eterna ao lado de Deus, devemos abdicar dos prazeres mundanos, pois esses nos desvirtuam do caminho dos Céus. Mentira.


Poucas são as linhas religiosas que permitem nos sentirmos merecedores do que temos e também daquilo que desejamos ter. Luxúria, diriam alguns.


Talvez eu seja rebelde demais, mas eu não posso acreditar ou aceitar que mereço sofrer por toda uma vida, simplesmente por viver em um mundo de pecadores pagadores do karma de Adão e Eva.


Eu mereço mais!


Qual a sensação de ouvir alguém dizer que merece ser milionária, ter tudo que sempre quis, iates, aviões, mansões...?


Qual a sensação de ouvir alguém dizer que simplesmente merece ser feliz?


Qual a sensação de ouvir alguém dizer que outra merece sofrer por ter feito algo que aos seus olhos mereciam punição e sofrimento? Soa familiar?


“Cada um tem o que merece.”


E quem é capaz de determinar o que eu ou você merecemos? Nossas ações? Nossos valores? Nossas conquistas? Nosso sobrenome?


Não espere que a sociedade, em meio à sua inconsciência, determine do que é merecedora ou não em sua vida. Assumir a responsabilidade por essa decisão é se libertar das amarras do acaso, sorte, destino ou simplesmente da insatisfação.


Mas cuidado! Dar esse passo também é abrir mão das suas melhores justificativas por ainda não estar vivendo o que e como merece.


Me arrisco a dizer que nesse mundo, quase ninguém tem o que merece.


Você e eu merecemos muito mais!


Caso tenha coragem, para te ajudar a dar esse passo vou sugerir algumas perguntas.


Lembre-se de responder com a realidade e não como você gostaria que fosse, focando nas primeiras respostas que vierem à sua mente. Isso vai te ajudar a ver as coisas com maior clareza.


Respire fundo, pegue o caderno ou algo para anotar.


- O que eu mereço?

- Quem determina o que eu mereço?

- O que vivo e não mereço?

- O que vivo e mereço?

- O que quero conquistar, pois sou merecedora?

- O que faço para conquistar o que sou merecedora atualmente?


Com amor,

Gustavo Engelmann





1 Comment


saramoraes905
May 10, 2022

Tds os dias eu aprendo um pouco mais com vc, obrigada pelo texto, vc me faz querer ser uma pessoa melhor sempre....


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